19 de outubro de 2012

Transportadores mineiros testam caminhões Dong Feng

A marca é desconhecida no Brasil, mas o fabricante é grande na China. Os primeiros importados já estão em testes em Minas Gerais

Caminhão Dong Feng, em teste na da Middle Logística, leva minério em caçamba de três eixos da Rossetti
 
Em 1995, o empresário Clésio Andrade, também presidente da Confederação Nacional do Transporte e hoje senador pelo PMDB-MG, investiu numa importadora de caminhões em Minas e preparava-se para trazer alguns modelos da Iveco Espanha para o Brasil. Sua iniciativa abriu caminho à montadora europeia, quando esta resolveu investir na fábrica que hoje mantém em Sete Lagoas (MG). Passados 17 anos, eis que ocorre uma cena semelhante: Andrade constituiu a Aurium, importadora sediada em Minas, e agora quer trazer caminhões da China. Na verdade, está trazendo – os primeiros estão em testes.
 
A marca escolhida foi a Dong Feng, completamente desconhecida por aqui. Mas caminhões prontos chegaram ao Brasil e, devidamente ajustados, foram entregues a frotistas para serem colocados no trabalho real e analisados quanto ao seu desempenho.
 
A Dong Feng não é qualquer uma não. É a maior fabricante de caminhões da China, um mercado que pretende vender 1 milhão de veículos pesados este ano. Esse dado já coloca a empresa como maior fabricante do mundo, deixando para trás Daimler, Volvo etc.
 
Uma das crias da Dong Feng esteve na frota da VIC Transporte, de Contagem, puxando bitrem, e agora roda nas mãos da Middle Logística, levando minério em caçamba de três eixos da Rossetti, em Congonhas.
 
Trata-se do modelo Kinland 375, com motor Cummins de 375 cv, câmbio ZF, eixo duplo traçado da Meritor. São itens comuns no Brasil, assim como outros – direção hidráulica ZF, freios de serviço S came e suspensão a molas. O motorista paranaense Ivan Fernandes já rodou uns 4 mil km com o Kinland. Apesar da configuração 6×4, ele acha que a média de consumo do caminhão “está nos conformes” ou seja, 1,7 km/litro. Ivan não indicou qualquer nota baixa para o cavalo-mecânico, que possui cabine sobre suspensão a molas.
 
Entre a data que Clésio Andrade resolveu constituir sua importadora e o corrente ano de 2012, os ventos transversais mudaram de sentido. O mercado, principalmente, encolheu em boa medida. Executivos de vendas de concessionárias acham que o paradeiro é provisório, “porque os juros do financiamento da Finame bateram no fundo, como nunca”.
 
Quanto à diferença que faz o IPI sobre importados, apesar disso, uma fonte da Aurium garante que os preços pensados para a linha Dong Feng serão “altamente competitivos”.
 
Fonte: Carga Pesada

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