15 de setembro de 2009

Virada no mercado de veículos comerciais

  O mercado de caminhões começa a enfrentar problemas com a falta de produto, e a situação tende a se agravar nos próximos dois meses. A indústria não tem como atender ao aumento dos pedidos dos transportadores, pequenas empresas e autônomos que querem aproveitar os juros reduzidos e o IPI zero válido até o fim de dezembro. A virada do mercado foi tema de debate no domingo, 13, durante o Congresso Fenabrave, em Brasília, DF, com diretores de Iveco, MAN, Randon Implementos, Scania e Volvo.
É unânime a análise de que as fábricas não terão como atender de imediato os pedidos que começam a entrar em suas carteiras. De acordo com Alcides Cavalcante, diretor de vendas e marketing da Iveco, “todo mundo está querendo comprar até dezembro e a indústria está com estoque reduzido”.
No segmento de pesados as entregas já começam a demandar de sessenta a noventa dias: “Os fabricantes estão reagindo, mas é preciso de dois a quatro meses para dar resposta ao mercado”.
A virada é realmente impressionante. A indústria iniciou o ano com estoques elevadíssimos, reprogramou para baixo sua produção e conseguiu se equilibrar na metade do ano. De acordo com o diretor geral da Scania, Christopher Podgorski, nunca os valores de aquisição e os juros estiveram tão baixos como hoje: “É o momento propício para renovar frota”.
A taxa do Finame está em 7% ao ano, metade do habitual, e o Procaminhoneiro, agora também disponível para pequenas empresas, tem juro de 4,5% ano, ele relembra Podgorski: “Esperamos que o governo mantenha as atuais condições de financiamento no ano que vem”.
O setor também defende a continuidade do IPI zero – a princípio, o imposto volta a ser de 5% em janeiro.
Podgorski disse que a Scania tinha 350 caminhões em estoque em dezembro, reprogramou sua produção ao longo do ano e agora veio a virada: “O cliente tem que entender que é preciso de três a quatro meses para toda a cadeia reagir. A tendência é de aquecimento muito forte e pode haver um momento em que não teremos produto”.
O otimismo também é grande na MAN Latin America, fabricante dos caminhões Volkswagen. José Ricardo Alouche, diretor de vendas e marketing, já projeta um 2009 melhor do que 2007, o segundo melhor ano da história do setor, quando foram comercializados 95 mil caminhões acima de 5 toneladas.
“As negociações com os clientes estão bem melhores e estimamos um mercado na faixa de 100 mil a 110 mil este ano, com perspectiva de atingir de 110 mil a 120 mil em 2010. Poderemos, já no ano que vem, bater o recorde de 118 mil unidades de 2008.”
O segmento que está mais aquecido é o de pesados, favorecido pela retomada da economia e até mesmo das exportações. Reinaldo Serafim, gerente da Volvo, também avalia que a hora é de comprar e está convicto de que 2009 será melhor do que 2007.
Congresso Fenabrave

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