Já bem colocada no mercado de caminhões leves com a linha
Daily, a Iveco investe agora para conquistar uma fatia maior no segmento de
pesados. Com esse objetivo, a marca do grupo Fiat lançou em agosto a família
renovada do Stralis, dentro das especificações do Proconve 7, que exige
caminhões mais econômicos e menos poluentes desde janeiro. O Terra conferiu as
principais mudanças do modelo que promete brigar entre os maiores veículos de
carga que rodam pelas estradas do País, com preços que variam de R$ 220 mil a
R$ 360 mil.
O Stralis foi o quarto mais vendido no segmento de pesados
em 2011 (especificações antigas), mas não aparecia nem entre os dez mais
vendidos no acumulado deste ano até outubro, com pouco mais de 700 unidades
vendidas, segundo a Fenabrave. A demora para se adaptar à legislação teve um
custo, mas o posto já foi retomado na primeira quinzena de novembro, quando a
novidade passou a ser encontrada mais facilmente nas revendas pelo País. Com
111 unidades emplacadas, o Stralis ficou atrás apenas do Scania R440 e dos
Volvos FH 460 e FH 540, nos primeiros 15 dias do mês passado.
Fabricado em Sete Lagoas (MG), o modelo conta com
transmissão automatizada de 16 velocidades e novos motores de 9 l, além dos
mais potentes de 13 l, fabricados pela FPT, com versões de 330 a 480 cavalos
(cv) de potência. O painel ganhou computador de bordo, o ar-condicionado vem de
série a partir da versão de 360 cv, tanques de alumínio e suspensão pneumática
da cabine foram acrescentados à nova linha. De acordo com a empresa, o custo de
manutenção está até 5% mais barato em relação aos concorrentes e o consumo de
combustível caiu 7,5% ante a versão anterior.
Os números são reforçados pela experiência do motorista
Macário Francisco Veronês dos Santos, 48 anos, responsável por guiar o modelo
em um trajeto de São Paulo até o porto de Santos. Tanto no trânsito da capital
paulista, como na descida da Serra do Mar debaixo de chuva, o Stralis se
mostrou ágil e confortável, puxando um trem carregado com 23 t de lastro - o
máximo para o modelo é de 53 t (Peso Bruto Total Combinado). Baseando-se em sua
experiência de 22 anos como caminhoneiro, o motorista elogiou as mudanças:
"hoje é quase como guiar um automóvel".
Realmente, algumas tecnologia utilizadas no Stralis podem
ser encontradas apenas em veículos considerados de luxo. Além do
ar-condicionado de série, o sistema de som tem CD player com MP3 também vem de
fábrica nos modelos de 400, 440 e 480 cv. Um box térmico de série a partir do
modelo de 440 cv fica posicionado sob a cama do motorista, tendo a geladeira
como opcional. O volante traz integradas as teclas de comando do computador de
bordo, e as marchas podem ser trocadas por meio de alavanca no modo
semiautomático.
Enquanto nos carros o câmbio automático não extingue a
manopla, no caminhão da Iveco os botões da transmissão (Drive, Neutral e
Reverse) são acionados no painel central, onde também se encontram os atalhos
para usar o freio motor, o auxílio de partida e bloqueio do diferencial, para
situações de subida e terrenos irregulares, além de dois tipos de buzina. No
painel, também pode ser acionado o modo "Eco", que limita a troca de
marchas a um intervalo entre 1.000 e 1.600 rpm, o que permite maior economia de
combustível.
Na descida da rodovia Anchieta sob chuva e com movimento
intenso de caminhões, o freio motor do Stralis se mostrou competente, quase não
exigindo intervenções do motorista. "Isso é importante, porque se for
precisar de uma freada brusca, as lonas do freio estão frias, o que aumenta a
eficiência em emergência", afirmou Macário enquanto passava por alguns
caminhões mais lentos "fritando" lonas de freio e deixando um cheiro
de queimado em meio à mata da Serra do Mar.
Já na subida, sempre o momento mais crítico para veículos de
carga, a transmissão automática fez trocas precisas e, quando necessário,
Macário utilizou o modo semiautomático sem a necessidade de acionar nenhum
botão. Para ultrapassagens, a alavanca posicionada próxima à mão direita do
piloto permite reduzir as marchas rapidamente e até duas por vez (da 12ª para a
10ª, por exemplo), segurando-a por cerca de dois segundos. No percurso de cerca
de 150 km, o consumo médio ficou em cerca de 2,5 km/l, o que oferece autonomia
de 2,2 mil km com os tanques combinados de 900 l (600+300).
Se o design "quadrado" do painel e o acabamento
interno "simples" ainda deixam a desejar em relação aos rivais de
Mercedes, Volvo e Scania, o Stralis tem seus pontos fortes no motor e na
transmissão automática, transformando-se em uma boa opção para frotas a
caminhoneiros. E para o próximo ano, a Iveco ainda apostará em um novo
extrapesado mais potente - o atual é de 480 cv - para elevar a sua fatia no
mercado de caminhões do País, que está em 7,65% até o final de outubro, de
acordo com a Fenabrave.
Fonte: Invertia
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