8 de fevereiro de 2012

Vertis acelera crescimento da Iveco no Brasil

Vertis reflete o crescimento gradual da Iveco no mercado brasileiro
O consumidor de automóveis não é tolo, mas às vezes acredita em um lindo rostinho. Carros com visual lameiro ou design esportivo podem seduzir mais do que aspectos cruciais em um veículo, como dirigibilidade ou segurança. Entre os compradores de modelos comerciais, a conversa é outra. O que importa é a confiabilidade e o custo/benefício que uma marca oferece para cada frotista. Por isso, leva muito tempo para uma fabricante como a Iveco crescer nesse cenário. Sem a tradição da Volkswagen ou da Mercedes-Benz, a marca italiana trilha o seu caminho de segmento em segmento. Devagar – como a sua "dona", a Fiat, fez no mundo dos automóveis. A última investida foi no segmento de médios com o Vertis, modelo feito inteiramente no Brasil e que teve lançamento no fim de 2010.

Em termos de vendas, não se pode dizer que o desempenho do Vertis foi dos melhores. Afinal, em todo o ano de 2011 ele teve 692 unidades comercializadas, enquanto o líder do segmento, o Volkswagen Worker, apenas na sua versão 13.180, vendeu 4.870 exemplares. Ainda na frente do caminhão da Iveco estão o Mercedes 1318 e o Ford Cargo 1317 e 1517. Mas, como esse é o primeiro representante da marca entre os médios no Brasil, o investimento é a médio e longo prazo.
O Vertis foi desenvolvido por completo no Centro de Desenvolvimento de Produto da fabricante em Sete Lagoas, interior de Minas Gerais, e conta com duas versões. A de entrada é a 90V16. Com Peso Bruto Total de 9,3 toneladas, ela é equipada com um motor de quatro cilindros em linha com turbocompressor, injeção direta common-rail e 3,9 litros de capacidade cúbica. Ele pode gerar 154 cv a 2.500 rotações e torque máximo de 54 kgfm entre 1.400 e 2 mil rpm. Esta configuração recebe apenas a cabine curta, mas tem três diferentes opções de entre-eixos: 3,30 metros, 3,80 metros e 4,35 metros.

A topo de linha é a 130V18, que pode receber tanto a cabine curta, como a estendida. O PBT máximo é de 13,3 toneladas e as distâncias entre-eixos são de 4,35, 4,75 e 5,10 metros. Sob o capô fica o mesmo propulsor de 3,9 litros, mas agora retrabalhado para gerar 173 cv e 60,1 kgfm disponíveis nas mesmas faixas de giro. A transmissão é sempre uma manual de cinco velocidades feita pela alemã ZF com comando hidráulico.
Na cabine, a Iveco aposta na ergonomia. O banco do motorista é individual, com um duplo ao lado para levar ajudantes. Entre os equipamentos de série, o Vertis tem tomada 12V, cinto de segurança de três pontos, apoios de cabeça nos bancos, ventilação com aquecimento e assoalho forrado com material sintético. Rádio/CD/MP3, ar-condicionado, vidros elétricos e preparação para tomada de força ficam entre os opcionais.
Uma das principais contribuições da fábrica de Sete Lagoas ao modelo foi o desenho. Quando comparado com os outros caminhões da própria Iveco, o Vertis parece realmente mais moderno. As linhas "quadradonas", muito simplórias foram abandonadas por um desenho mais fluido. Os faróis tem a parte superior delineada por uma leve curva e, entre eles, uma grade bipartida traz um formato de "V". A pintura em dois tons ajuda a dar um toque mais robusto para o médio da Iveco. Tipo de "pitaco" de uma marca que começa a entender as sutilezas do mercado nacional.

Fonte:Auto Press



























Retrospectiva 2011 - Caminhões

Em 2011, fabricantes de caminhões investiram pesado para se adequar às novas leis ambientais

O mercado de caminhões passou por uma revolução em 2011. Como todos os fabricantes tiveram de se adequar às normas de emissões do Proconve P7 – o equivalente ao padrão Euro 5 europeu – poucas vezes inovações tecnológicas tão importantes foram introduzidas de uma só vez. E a maioria das marcas aproveitou a transformação obrigatória da gama de motores, que entra em vigor no primeiro dia de 2012, para reformular as suas linhas. Não é para menos. O crescimento econômico brasileiro continua na boleia do modal rodoviário e, de janeiro e novembro deste ano, foram vendidas 188.222 unidades entre caminhões e ônibus. Em todo o ano de 2010 foram 185.950 unidades vendidas. Os bons números atraíram investimentos industriais. Tanto de empresas que já atuam no país, quanto de estreantes como a holandesa DAF e as chinesas Sinotruk e Foton.

A apoteose desta transformação no mercado nacional foi a 18ª edição da Fenatran – principal evento de transportes da América Latina –, que aconteceu em outubro. O evento bienal confirmou o bom momento do mercado nacional e mobilizou 365 marcas e mais de 55 mil visitantes. É claro que as grandes novidades ficaram por conta dos sistemas de adequação às novas normas de emissões. A maior parte das fabricantes optou pelo SCR, que injeta pequenas quantidades de Arla 32 junto aos gases poluentes no catalisador, para transformar parte dos gases tóxicos em nitrogênio e vapor de água, inofensivos para o meio ambiente. Outra alternativa foi a adoção do sistema EGR, que recircula os gases criados na combustão dentro do catalisador, o que reduz a emissão de poluentes.

No segmento de extrapesados, novidades de peso. Entre elas, a chegada de uma nova marca: a MAN. A empresa alemã, que antes já atuava no Brasil com a marca Volkswagen, apresentou a primeira linha de caminhões em seu nome, a TGX. A fabricante também apresentou o pacote Advantech para todos os caminhões da Volks, que tiveram mudanças nas cabines e novos dispositivos eletrônicos. A MAN adotou as duas tecnologias, a EGR e a SCR, dependendo do modelo. No total, a Volkswagen apresentou 25 novos modelos em 2011. De olho na concorrência, a Mercedes mostrou o Actros, que passará a ser produzido no Brasil a partir de janeiro de 2012. O gigante de 456 cv passará a contar com câmbio automatizado PowerShift 2 de 12 marchas, sem pedal de embreagem e com sensor de inclinação da via. Outra novidade entre os extrapesados foi o lançamento do Stralis Active Space, da Iveco. O modelo, como o nome sugere, conta com amplo espaço da cabine e um painel exclusivo.

Focada nos pesados, a sueca Volvo apresentou os modelos 2012 das linhas FH, VM, FM e FMX. Todos os motores ganharam 20 cv de potência e melhora no consumo de combustível. A também sueca Scania – que atua no mesmo segmento – finalmente anunciou que irá trazer ao Brasil a sua plataforma mundial de motores, com novos 9 e 13 litros, que vai equipar o novo V8.


A Ford, por sua vez, atua em um leque mais amplo. A marca apresentou, em março, a nova linha Cargo, que se estende dos pesados aos médios e leves. Os norte-americanos ainda prometem invadir o segmento dos extrapesados no ano que vem. Os 12 modelos da linha 2012 terão três opções motores – todos Cummins com sistema SCR – de 4.5, 6.7 e 8.9 litros. Além da mecânica atualizada, a nova linha recebeu melhorias no acabamento interno e novo design. A International, que volta a vender no Brasil, apresentou o 9800i. E a DAF mostrou os modelos LF, CF e XF, sendo o maior deles o pesado XF105, com motor 12.9 litros, seis cilindros e 340 cv.


O mercado de caminhões leves ficou cheio de novidades em 2011. A Mercedes chegou com a linha Accelo, com as versões 815 e 1016, com capacidade de carga bem maior que o antecessor, o 710. A marca chinesa Changan mostrou o MiniStar CE e a Hyundai apresentou a linha HD, que chegou ao mercado em abril. São veículos montados sobre o mesmo powertrain, mas com tamanhos diferentes. O HD78 tem 6,7 metros de comprimento e capacidade de carga de 4.650 kg, enquanto o HD65 tem 6,17 metros e disposição para levar de 3.500 kg. A Agrale trouxe uma nova linha de caminhões – 6.500, 8.700, 10.000 e o médio 14.000 – com motores Euro 5. O destaque, porém, ficou com a italiana Iveco. Ela apresentou a nova geração de caminhões leves, médios e pesados, a Ecoline. E o sucesso foi tanto que a fabricante atingiu a melhor marca da história, ao vender 562 veículos durante os cinco dias do salão de transportes. O campeão de vendas da marca, o leve Iveco Daily, teve o interior redesenhado e agora possui alavanca de câmbio integrada e novo design.

A necessidade de novos caminhos para o trânsito das grandes cidades levou a indústria a apresentar uma grande variedades de soluções para o transporte coletivo. Só a Mercedes exibiu um portfólio de chassis com mais de 20 modelos. A brasileira Marcopolo apresentou o Viale BRT, montado no chassi articulado da Mercedes. O gigante pode chegar a 21 metros de comprimento e, como o nome já diz, está pronto para ser usado no sistema BRT – Bus Rapid Transit, ou Trânsito Rápido de Ônibus, que oferece qualidade de transporte ferroviário eficiente em linhas de ônibus exclusivas. O Rio de Janeiro se prepara para instalar o BRT antes das Olimpíadas e da Copa do Mundo que irá sediar.


A Scania modificou diâmetro e curso dos novos motores que equipam os ônibus da marca, além de aumentar a cilindrada. A Série F, linha de chassis com motor dianteiro, foi atualizada e passará a receber apenas o novo motor de 9 litros. A MAN inovou e lançou, em maio, o primeiro ônibus flex GNV/Diesel.

Outra novidade em 2011 foi o desenvolvimento de motores movidos a etanol. O primeiro modelo foi o extrapesado P270, da Scania. A Iveco também entrou na onda e apresentou o Trakker Bi-Fuel, com motor que permite redução no consumo do óleo diesel pela adoção do etanol, mas o protótipo ainda passará por testes. Na mesma ideia, a MAN mostrou o TGS 33.440, que também utiliza o conceito bi-combustível, igualmente em fase de testes.


Fonte: Auto Press